Uma notícia recente do mercado imobiliário foi de que, em 2015, de janeiro a setembro, segundo levantamento realizado por uma empresa de classificação de risco a Fitch, houve 41% de devolução dos imóveis adquiridos na planta e que não foram objetos de liquidação financeira ou financiamento imobiliário.
Afirmo que é assustador esse número, tanto para a pessoa que opta por desistir – muitas vezes de seu maior sonho –, como para as empresas construtoras, que se veem com um imóvel que já não era mais intenção, ou objeto de controle, ou seja, uma receita a menos.Quer realizar todos os seus sonhos materiais? Conheça a Metodologia DSOP e comece a se organizar financeiramente!Foram vários os fatores que proporcionaram este aumento significativo, e gostaria de compartilhar três impactos que acredito que tenha influenciado diretamente esta situação.
Falta de planejamento
A primeira delas se deve ao fato da empolgação das pessoas em adquirir seu imóvel e apenas analisar o valor das parcelas que cabem no orçamento durante a fase de construção, esquecendo-se de analisar se, após a entrega das chaves, o saldo devedor efetivamente caberá no bolso.
Falta de conhecimento
A segunda que tenho observado em minhas conversas é que, ao fechar o contrato, o fluxo desenhado de pagamento e saldo devedor desconsidera qualquer atualização deste montante, o que efetivamente ocorre com a utilização do índice INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que tem seus valores aumentados mensalmente.Muitas pessoas, apesar de pagarem um valor considerável durante a construção, se deparam na hora de financiar com seu saldo devedor ou igual ao valor de aquisição na planta – às vezes até maior, inviabilizando o financiamento, já que a visão inicial era de outro montantee a falta de entendimento disso atrapalha muito.
Falta de reserva financeira
A terceira questão está relacionada com a falta de reserva das pessoas, isto é, ao mesmo tempo em que realiza os pagamentos mensais deste imóvel, poupa uma parte para ajudar a amortizar antes ou no momento da entrega das chaves. Ainda pode ser objeto de ajuda, em caso de eventualidade que foge de seu controle. Ou seja, não há planejamento nesse sentido.Claro que tem outras questões de mercado que ocorreram, como diminuição do percentual de financiamento aceitável,desemprego, términos de relacionamento e assim por diante. Mas a questão, ao levantar esses três pontos principais, que quero deixar como mensagem é que, para tudo o que for realizar em sua vida, precisa ter um desenho claro e certo dos objetivos e metas a serem alcançadas e quais os planos de ações são possíveis de traçar e cumprir.Ao fazer isso, você está na situação de controle e poderá fazer a melhor escolha sem se atropelar ver o sonho ir por água abaixo. O compensador é analisar, comparar e começar a fazer uma reserva – que não é a intenção usar neste momento –, de pelo menos 6 a 12 meses, para que, assim, compre a casa na planta (se é a forma que entende ser a melhor para você). Acompanhe o mercado, não decida no impulso e na emoção, valide em casa a sugestão e ouça as opiniões de outras pessoas. Ou seja, planeje com a visão de hoje e de amanhã.Muitas vezes, vale a pena poupar o valor mensal que se paga no imóvel na planta e se manter ainda no aluguel, até que tenha uma condição mais razoável de realizar a aquisição do imóvel já pronto ou ter uma reserva para ajudar a manter um fluxo de caixa.Nem um sonho é impossível, desde que bem planejado e organizado. Dê os passos um de cada vez e não se perca nesse período. Eduque-se financeiramente, aprenda a conhecer o seu eu financeiro e opte por adquirir sua casa da melhor maneira que seu perfil permite e seu bolso também.