Dólar em alta afeta a venda de pacotes para o exterior; veja como aproveitar
04/03/2022
- Artigos
Quem está com viagem programada para o exterior no fim do ano e começo de 2015 tem vivido fortes emoções com as altas diárias do preço do dólar, que passou de R$ 2,43 (em 17 de outubro) para R$ 2,60, um mês depois.A procura neste momento por um pacote internacional ou passagem para o exterior precisa ser feita com mais atenção porque para vender os 30% restantes dessa temporada, segundo dados da Associação Nacional das Agências de Viagens (Abav Nacional), as empresas terão de se desdobrar para oferecer preços e condições atrativas em um cenário de alta da divisa norte-americana.Com preço na lona, é hora de comprar ações da Petrobras?“Com a alta do dólar fica impraticável tomar a decisão de ir para o exterior agora. As empresas podem afirmar que seguram o preço do dólar para o cliente, mas podem aumentam o valor do pacote. É preciso atenção redobrada, pois o consumidor não tem valor comparativo e pode, por exemplo, pagar US$ 1,7 mil em um pacote que estava US$ 1,5 mil, mas cuja agência informa que segura o valor do dólar baixo”, alerta Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).O especialista estima que se gaste, em média, 50% a mais do que o planejado em viagens para o exterior, em decorrência da compra do dólar e do pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre transações com cartão no exterior.Reinaldo Domingos ensina que o primeiro passo é o viajante, a família ou o grupo que vai fazer a viagem colocar no papel quanto vai custar toda a viagem, não apenas passagem aérea e hotel, para evitar um rombo nas contas na volta. “O planejamento deve considerar os custos com alimentação, deslocamentos, entradas em parques, compras. Ainda tem de colocar no orçamento possíveis parcelamentos com vencimento depois da viagem”, detalha.Agências elegem opções para baraterar custosAlípio Camanzano, diretor da agência online Decolar.com, destaca que nos destinos preferidos dos brasileiros, Santiago foi o único que apresentou queda no preço esse ano. “Já Buenos Aires manteve a média do ano passado. E Orlando, Miami e Nova York apresentaram um aumento médio de 10% em relação ao preço em 2013.”Com a alta dos preços, a Decolar.com volta suas ofertas para produtos nacionais, além de incentivar ainda mais a viagem em baixa temporada e viagens em cruzeiros marítimos, principalmente para a temporada de novembro a abril. “As apostas são destinos como Gramado (RS), Búzios (RJ), Florianópolis (SC) são sem dúvida uma ótima pedida para esse fim de ano. Além dos top destinos, que são Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Fortaleza e Recife”, diz Camanzano.A CVC informou que na sexta-feira (21) a cotação utilizava para conversão de boa parte de seus pacotes internacionais era de R$ 2,26. A justificativa da empresa para conseguir manter o câmbio baixo é fazer reservas em grandes volumes com fornecedores.“Pelo grande volume negociado, a companhia também consegue manter seus preços estáveis e reverter promoções para o cliente, a exemplo de câmbio reduzido por períodos limitados, e que variam conforme o destino e a cotação de mercado”, informou a assessoria de comunicação da CVC.Segundo o presidente da Associação Nacional das Agências de Viagens (Abav Nacional), Antonio Azevedo, cerca de 70% dos pacotes para a temporada já foram vendidos (65% nacionais e 35% internacionais), enquanto nessa mesma época em 2013 todos os pacotes já estavam vendidos.“Neste ano tem ocorrido um certo atraso nas decisões de viagens na expectativa de melhores condições e ofertas, mas com a proximidade das férias as vendas estão melhorando”, afirma.Azevedo estima que, se houver crescimento em relação ao ano passado, deve ficar em torno de 5%. Em 2013, houve crescimento de 4% na venda de pacotes turísticos para destinos internacionais e de 7% para destinos nacionais.De acordo com a Abav, os destinos mais procurados no final do ano nacional são: Nordeste em geral, Rio de Janeiro, litoral catarinense (SC), Serras Gaúchas, Foz do Iguaçu (PR), cidades históricas de Minas Gerais. Já para as rotas internacionais, os mais concorridos são: Buenos Aires, Peru, México e Caribe, Nova York, Califórnia, Miami e Orlando (EUA), Europa (Londres, Paris, Roma, Lisboa e Madri) e Turquia.Crie um antídoto para a alta do dólarEm primeiro lugar, planeje a viagem e compre passagens e pacotes com antecedência de no mínimo quatro meses. Essa é a recomendação feita pelo educador financeiro Reinaldo Domingos. Mas para quem não conseguiu fazer isso ainda há como remediar.Veja abaixo dicas do que fazer para evitar estrago no orçamento causado pela alta do dólar:1) Caso vá viajar em família ou em grupo, eleja a pessoa mais racional para negociar e pesquisar avcotação do dólar entre bancos, casas de câmbios ou gerenciadores de cartões pré-pagos – há grande variação de preço;2) Com a alta do dólar é preciso trocar destinos internacionais por nacionais para evitar descontrole financeiro;3) Caso tenha opção de viajar por muitos dias e em grupo, trace um novo roteiro e vá de carro. O custo do deslocamento pode cair em até 100%. Se houver rateio por pessoa, pode ser irrisório perto do valor de uma passagem aérea na alta temporada;4) Para quem vai viajar sozinho e tem tempo, prefira ônibus; há inúmeras opções de conforto e preços;5) Desconfie de anúncios que dizem que mantêm o preço do dólar baixo. A solução do varejo repassar os custos pode ser elevar o preço dos pacotes, dos serviços e o consumidor não tem base de comparação;6) Se puder adiar a viagem para um momento quando a moeda voltar a cair, é mais indicado.Fonte:http://economia.ig.com.br/financas/meubolso/2014-11-22/dolar-em-alta-afeta-a-venda-de-pacotes-para-o-exterior-veja-como-aproveitar.html