Guerra na Ucrânia: os principais reflexos econômicos no mundo
04/03/2022
- Economia
Mesmo a mais de 10 mil quilômetros de distância, a guerra na Ucrânia afeta diretamente a economia e, consequentemente, a população brasileira, influenciando nos preços da gasolina e da alimentação.
Por | Paulo Paquera
Antes de falar sobre as consequências econômicas que a guerra na Ucrânia traz para o Brasil e o mundo, é importante contextualizar sobre os motivos que levaram ao início dos conflitos bélicos.
Tudo começou na madrugada do dia 24 de fevereiro, quando o presidente Vladimir Putin ordenou que o exército russo, um dos poderosos do mundo, invadisse o território ucraniano.
Assim foi feito, os invasores marcharam e, em poucas horas, já haviam se instalado em mais de 10 regiões ucranianas, entrando por mar, terra e ar.
A guerra na Ucrânia estava acontecendo, uma realidade devastadora, assim como os mísseis russos que cortavam o céu noturno de Kiev, capital, e Kharkiv, segunda maior cidade do país.
A guerra na Ucrânia traz impacto imediato ao mercado financeiro global
Depois de um breve resumo sobre o que está acontecendo no leste europeu, é hora de entender como esse conflito abala as estruturas dos mercados financeiros ao redor do mundo.
A desestabilização acontece de forma imediata, porém, a recuperação do mercado costuma ser lenta e gradativa.
Utilizando o índice Standard & Poor’s 500, ou apenas S&P 500, historicamente a recuperação mais rápida que os mercados tiveram foi após a guerra do Kosovo, em 1998, onde foram necessários apenas 4 dias para reação.
Entretanto, esta foi uma rara exceção, já que, em outros momentos semelhantes, como a guerra do Vietnã, os mercados globais tiveram uma média de três anos para recuperar a estabilidade econômica.
Quais as consequências que a guerra na Ucrânia traz ao Brasil?
O Brasil sente a guerra na Ucrânia através de três principais formas: combustível, alimento e câmbio. Além da inflação, haverá influência também nas taxas de juros adicionais, impedindo o crescimento econômico e consequente melhoria dos preços e consumo.
Petróleo:
O principal componente para a produção de produtos essenciais para a população mundial, como combustível e materiais como plástico, teve sua maior alta desde 2014, atingindo US$105 o barril.
Segundo especialistas, esse valor ainda pode subir muito, chegando a assustadores US$200 o barril. Essa alta está diretamente ligada a dependência que a Europa tem do gás russo.
Gás natural:
O Brasil utiliza o gás natural no abastecimento das termelétricas e está com o olhar atento à evolução dos conflitos, pois isso afetará diretamente os preços de produção, refletindo o aumento da taxa no consumidor final.
O que dá um pouco de alento, é a elevação dos reservatórios nas hidrelétricas, que podem suprir as necessidades em caso de necessidade, mas é um recurso limitado.
Alimentos:
A Rússia é a maior do mundo em produção de trigo, já a Ucrânia ocupa a quarta colocação neste quesito. Isso tira as possibilidades brasileiras de contar com mercados alternativos.
O principal exportador do grão para o Brasil é a Argentina, porém, vem sofrendo com uma grande seca, comprometendo a safra local.
A crise petrolífera também pressiona o mercado alimentício, uma vez que os russos são os maiores produtores de fertilizantes.
E por fim, o aumento no combustível chega ao consumidor transmutado em aumento nos preços dos mercados e até mesmo no frete.
Câmbio:
Por enquanto os efeitos no dólar ainda não foram expressivos, onde a moeda norte-americana chegou a atingir R$5,00, mas voltou a subir a R$5,15 na iminente invasão russa, porém, esse aumento será sentido de acordo com o prolongamento da guerra na Ucrânia.
A guerra é uma resposta sem sentido a argumentos infundados, mostrando que o homem tem potencial para ser a força mais destrutiva da natureza.
Essas ações causam impactos econômicos gritantes ao redor do mundo, porém, nenhum dinheiro é mais valioso do que a vida.
Está acompanhando a evolução desta situação? Antecipe-se e saiba como blindar seu dinheiro em caso de uma nova crise econômica.