Por que poupar?
04/03/2022
- Artigos
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, é possível sim poupar, independente de quanto se ganha por mês. E quero aproveitar o Dia Mundial da Poupança – que é amanhã, 31 de outubro – para falar sobre esse assunto e desmistificá-lo, mostrando quantos sonhos podem ser realizados com o simples hábito de guardar dinheiro.No mundo, a data é comemorada desde 1924; no Brasil, desde 1933. No entanto, mesmo depois de tantas décadas lembrando a importância do tema, boa parte da população ainda não tem o costume de poupar. Prova disso é que os índices de endividamento e inadimplência ainda são altos no país. Isso é consequência da falta de educação financeira; nossos avós, pais e nem nós mesmos fomos ensinados a ter um comportamento correto em relação ao uso e à administração do dinheiro.Mas essa situação vai finalmente mudar. Milhares de escolas espalhadas por todo o território brasileiro compreenderam a relevância do tema e inseriram Educação Financeira em sua grade curricular. Dezenas de empresas também já estão aderindo programas de educação financeira, preocupados com a saúde financeira de seus colaboradores. Além disso, milhões de pessoas fizeram curso de educação financeira, leram livros, assistiram palestra e participaram de workshops sobre o assunto.Isso mostra que a mentalidade está mudando, que as pessoas estão preocupadas em mudar o cenário em que se encontram e também em educar financeiramente as crianças, para que cresçam e façam parte de uma geração mais consciente e sustentável, em todos os âmbitos da vida. E uma das principais mudanças é a preocupação com a aposentadoria, que, por ser algo de longo prazo, grande parte da população não se planeja.Essa mudança de comportamento que a educação financeira promove vai mudar também a triste realidade do alto endividamento entre os jovens – inclusive já entre aqueles que estão recebendo seus primeiros salários. A maioria deles ainda tem o pensamento de comprar primeiro para depois tentar pagar. E, pior, muitas vezes, compram o que nem precisam, deixando de realizar sonhos, porque não poupam.Então, proponho que, nesse Dia Mundial da Poupança, todos queiram mudar. Há diversos livros no mercado e palestras – algumas até online e gratuitas – sobre educação financeira. A mudança está dentro de nós, temos que ter força de vontade e correr atrás do que queremos. Poupar possibilita realizar sonhos e esse deveria ser o objetivo de todos.Formas de pouparEvitar compras por impulso: os consumidores devem se fazer algumas perguntas antes de comprar: “estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que acontecerá? Tenho dinheiro para comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas?”.Pesquisar preço e comprar à vista: tudo que se compra em prestações paga-se mais caro. Já quem pesquisa o melhor preço paga menos e aumenta a chance de comprar à vista e obter desconto.Pedir desconto: se um produto custa mil reais e pode ser parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente, à vista custará de 10% a 20% menos.Reter 10% dos rendimentos: para começar a construir a independência financeira, deve-se guardar 10% do que ganha. Com o tempo, pode-se partir para um plano de previdência privada para complementar o INSS.Como investir o dinheiro poupadoDomingos explica que poupar é o ato de guardar dinheiro. Investir é direcionar o dinheiro poupado ou não gasto a algum tipo de investimento, que também deve estar atrelado ao prazo do sonho e ao perfil do investidor: conservador (não corre riscos), moderado (corre riscos somente em uma pequena parte do investimento) e arrojado (prefere correr riscos e ter mais retorno na aplicação).Assim, para sonhos de curto prazo, ele recomenda a caderneta de poupança. Para sonhos de até 10 anos, os fundos de renda fixa ou variável são boas opções, porque, quanto maior o prazo de investimento, menor o imposto cobrado. Investimentos como CDB, títulos do tesouro direto, ouro, entre outros, requerem ajuda de profissionais especializados para avaliação de vantagens e riscos. Já os investimentos de longo prazo, como ações na Bolsa de Valores, títulos do Tesouro Direto e previdência privada, exigem cuidado maior, pois há punições tributárias, caso queira resgatar em curto ou médio prazo.