Filhos participam na decisão de compra dos presentes de Natal
04/03/2022
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A época de Natal é a que mais movimenta o comércio em todo o ano e, é claro, as crianças ficam em grande expectativa por conta dos presentes. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 50% dos filhos participam de alguma maneira no processo de escolha dos presentes que receberão dos pais. Segundo o levantamento, 41% dos pais dividem com os filhos a decisão de que presentes vão ser comprados, outros 9% deixam as crianças decidirem sozinhas o que irão ganhar. Já para 47% dos entrevistados, a decisão é centralizada, sem abertura para a participação dos filhos.Fazer com que a criança participe do processo de compra é também uma oportunidade para inserir a educação financeira na vida dos filhos e isso tem impacto direto nas finanças da família. É o que mostra a 1ª Pesquisa de Educação Financeira nas Escolas, a única realizada sobre o tema no País.Em parceria entre o Instituto de Economia da UNICAMP, por seu Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT), o Instituto Axxus e a Abefin, o levantamento contemplou 750 pais/responsáveis de alunos com idade de 04 a 12 anos de cinco capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Goiânia e Vitória, em escolas adotantes e não adotantes do Programa DSOP de Educação Financeira nas Escolas. O resultado mostra que 71% dos filhos que têm educação financeira na escola ajudam os pais a comprar de forma consciente, enquanto outros 45%, não educados financeiramente, pedem tudo em uma situação de compra.O especialista em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, afirma que é importante fazer com que a criança participe do processo de compra, porém com algumas ressalvas.“Deixar com que os filhos também tomem decisões na hora da compra é válido para mostrar que existe todo um processo para a aquisição de produtos, contudo é necessário uma conversa prévia, antes mesmo de sair de casa, estabelecendo um limite de valor a ser gasto”, explica Domingos.Sabemos que as crianças, mesmo quando pequenas, estão constantemente expostas a propagandas na televisão e na internet, além de observar as reações dos pais, por isso o especialista ressalta que é fundamental dar o exemplo. De acordo com Reinaldo, também é preciso ficar atento para não comprometer as finanças da família por conta de atitudes impulsivas, lembrando também das contas típicas de início de ano como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar.“Não é possível cobrar dos filhos uma atitude que nós não temos. Se a criança vê o pai lidar com o dinheiro de uma forma desorganizada, é muito provável que ela tenha aquilo como normal, sendo assim uma referência negativa. É importante verificar se determinada compra irá realmente caber no orçamento da família para não começar 2019 no vermelho”.